- Morreu aos 93 anos Hans van Manen, coreógrafo neerlandês e figura central da dança europeia, segundo a Ópera e Ballet Nacional dos Países Baixos.
- Deixou mais de cento e vinte e cinco coreografias, integadas no repertório de companhias ao redor do mundo, incluindo o Ballet Gulbenkian e a Companhia Nacional de Bailado (CNB).
- Conhecido pelo estilo depurado e neoclássico, introduziu igualdade entre homens e mulheres no palco, rompendo com hierarquias do ballet tradicional.
- Dirigiu artisticamente o Nederlands Dans Theater e foi coreógrafo residente do Het Nationale Ballet; ganhou o Prémio Erasmus em 2000 e foi condecorado pelo rei Guilherme Alexandre em 2018.
- Obras marcantes como Adagio Hammerklavier e Sarcasmen são referências do ballet moderno; em Portugal, o seu trabalho teve expressão destacada no Ballet Gulbenkian e na CNB, com programas dedicados na temporada 2019-2020.
Hans van Manen, coreógrafo neerlandês considerado uma das figuras centrais da dança contemporânea europeia, morreu aos 93 anos, anunciou a Opera e Ballet Nacional dos Países Baixos. A notícia confirma o falecimento recente, sem detalhar a data exata.
O legado de van Manen inclui mais de 125 coreografias que integram repertórios de companhias globais, entre as quais o antigo Ballet Gulbenkian. A Companhia Nacional de Bailado dedicou-lhe uma temporada em honra da sua contribuição.
Nascido em 1932, em Nieuwer-Amstel, hoje Amstelveen, perto de Amesterdão, iniciou a formação em dança no início dos anos 1950. Estreou-se como coreógrafo em 1955 e recebeu o Prémio Estatal de Coreografia dois anos depois.
Legado e reconhecimento
Ao longo de mais de seis décadas, dirigiu artisticamente o Nederlands Dans Theater e foi coreógrafo residente do Het Nationale Ballet, com reconhecimentos notórios nas décadas de 1970 e 1980. Obras como Adagio Hammerklavier e Sarcasmen são marco do ballet moderno.
Conhecido pela simplicidade depurada, Van Manen colocou homens e mulheres no mesmo plano de palco, rompendo com hierarquias do ballet clássico. A frase do coreógrafo, dança que expressa dança, ficou associada ao seu ethos.
A obra dele integra repertórios de mais de cem companhias internacionais, incluindo o Ballet da Ópera de Paris, o Ballet de São Francisco, o Ballet de Estugarda e o Ballet Nacional do Japão. Trabalhou com intérpretes renomados como Rudolf Nureyev e Natalia Makarova.
Presença internacional e impacto
Em 2000, recebeu o Prémio Erasmus, uma das mais relevantes distinções culturais europeias. Em 2018, foi homenageado pela monarquia neerlandesa, com uma condecoração atribuída pelo rei Guilherme Alexandre. O The New York Times destaca que manteve atividade ativa no meio cultural neerlandês.
Em Portugal, o trabalho de van Manen ganhou expressão através do Ballet Gulbenkian e da Companhia Nacional de Bailado. Entre as peças mais apresentadas está Five Tangos, com música de Astor Piazzolla, repetida pela CNB em diversas temporadas.
Na temporada 2019-2020, a CNB dedicou-lhe um programa integral, com coreografias criadas entre 1970 e 1990, incluindo Adagio Hammerklavier, In the Future e Short Cut, apresentado em digressão nacional e internacional. Adagio Hammerklavier é considerado um clássico do século XX pela companhia.
Entre na conversa da comunidade