- A descoberta perto de Barnham, Suffolk, indica que os humanos faziam fogo há cerca de 400 mil anos, 350 mil anos antes do que se pensava.
- As evidências incluem uma área de terra queimada e machados de mão rachados pelo fogo, datados de 400 mil anos.
- A investigação, publicada na revista Nature, aponta provável participação de neandertais, com indícios próximos em Swanscombe (Kent) e Atapuerca (Espanha).
- O estudo é liderado pelo Museu Britânico, com o curador Nick Ashton a considerar a descoberta extraordinária.
- Até então, o exemplo mais antigo de fogueiras feitas pelo Homem vinha de França, há cerca de 50 mil anos; há evidências de fogo na África há até um milhão de anos.
O estudo, publicado na revista Nature, revela que humanos dominavam a arte de fazer fogo há 400 mil anos. A descoberta ocorreu numa pedreira perto de Barnham, Suffolk, no nordeste de Londres, Reino Unido, e aponta uma área de terra queimada e machados de mão rachados pelo calor.
Segundo a equipa do Museu Britânico, liderada pelo curador Nick Ashton, estes vestígios sugerem uma atividade humana anterior ao que se pensava, cerca de 350 mil anos antes do anteriormente conhecido. A pesquisa reforça a importância do fogo para aquecimento, culinária e sociabilidade.
A investigação baseia-se numa pedreira de argila desativada onde foram encontradas ferramentas de pedra. Os investigadores retornaram ao local em 2013, no âmbito de um projeto sobre a Britânia antiga, para reavaliar os achados.
Participação de neandertais provável
A equipe sustenta que os utilizadores da fogueira de Barnham podem ter sido neandertais, com ADN de neandartais primitivos já encontrado em sítios próximos na Inglaterra (Swanscombe, Kent) e em Espanha (Atapuerca).
Embora a identidade exata permaneça aberta, os investigadores apontam para uma continuidade biológica entre os achados britânicos e os fósseis de neandartais. O estudo vê os Neandartais como participantes prováveis nesta fase inicial da utilização do fogo.
A descoberta ocorreu em contexto de evidências de fogo na África com até 1 milhão de anos, porém o fogo controlado na Europa data de centenas de milhares de anos anteriores ao que se acreditava. O novo achado amplia a linha temporal da domesticação do fogo no continente.
Entre na conversa da comunidade