- A Instinct, para o SAPO, usou IA para mapear o posicionamento dos candidatos à Presidência, a partir de dados públicos na internet, como comentários, posts e debates.
- O estudo foca-se em João Cotrim de Figueiredo, formalizado a 2 de novembro, como um dos oito candidatos com pelo menos 1% nas intenções de voto para as presidenciais de 18 de janeiro de 2026.
- O discurso enfatiza desburocratização, eficiência económica e uma redução significativa da presença do Estado na economia, apresentando-se como liberal reformista.
- A análise identifica cinco dimensões: imagem pública, núcleo de eleitores, vulnerabilidades, confiança percebida e potencial de crescimento; Cotrim é visto como mais pragmático, attirando uma classe média urbana.
- As vulnerabilidades incluem resistência a uma agenda liberal em setores mais vulneráveis, com confiança pública moderada e potencial de crescimento moderado entre votantes.
A Instinct, para o SAPO, analisou o posicionamento dos candidatos à Presidência usando modelos de Inteligência Artificial. A investigação partiu de conteúdos publicados por portugueses na internet, como comentários, posts e debates em redes sociais. O objetivo foi entender o que cada candidato diz e como é visto pelos eleitores.
A IA organizou as perceções em cinco dimensões: imagem pública, núcleo de eleitores, vulnerabilidades, confiança percebida e potencial de crescimento. O retrato apresentado foca-se na perspetiva prática da corrida presidencial.
Este é o retrato de João Cotrim de Figueiredo, candidato às Presidenciais de 18 de janeiro de 2026, cuja candidatura foi formalizada a 2 de novembro de 2024. É o mais tarde dos oito candidatos com pelo menos 1% nas intenções de voto, segundo sondagens relatadas.
Perfil do candidato
Cotrim de Figueiredo surge com um discurso centrado na desburocratização, na eficiência económica e numa redução da presença do Estado na economia. Aos 64 anos, é visto como pragmático, apresentando-se como liberal e reformista.
No manifesto de candidatura, o candidato sublinha a imaginação de um Portugal moderno, capaz de inovar e prosperar, onde a liberdade sustenta a cultura, o conhecimento e o crescimento. Defende instituições competentes e serviços públicos de qualidade.
A análise indica que o seu discurso encontra uma audiência na classe média urbana, composta por profissionais qualificados, empreendedores e eleitores que rejeitam o statu quo e o populismo. O histórico de liderança em Iniciativa Liberal contribui para a imagem liberal.
Desafios e perceções
A libertária agenda enfrenta resistência em setores mais vulneráveis, num país com forte dependência do Estado. A perceção pública sobre a sua sensibilidade a essa realidade é moderada, afectando a confiança atribuída pelo eleitorado.
A trajetória profissional do candidato inclui cargos no setor agroalimentar, banca e media, além de ter liderado Turismo de Portugal durante o governo de Pedro Passos Coelho. Este background ajuda a consolidar o perfil de gestor.
Apesar da votação de apoio variado, o potencial de crescimento entre os votantes é avaliado como moderado pela análise da Instinct, que também destaca oportunidades e limites para ampliar a base de apoio.
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