- O Boletim Económico de dezembro projeta inflação de 2,2% em 2025, 2,1% em 2026 e estabilizar nos 2% a partir daí.
- O saldo orçamental deverá ficar equilibrado em 2025, com défices previstos de 0,4% do PIB (2026), 0,9% (2027) e 1% (2028).
- O governador do Banco de Portugal, Álvaro Santos Pereira, alerta para pressões de despesa que dificultam manter excedentes orçamentais nos próximos anos.
- Também aponta para queda das exportações portuguesas, com necessidade de monitorizar o desempenho no mercado europeu.
- No que toca à habitação, destacam-se três prioridades: oferta, oferta e oferta; e a necessidade de acelerar licenciamentos municipais, com divulgação do tempo médio de licenciamento.
O governador do Banco de Portugal, Álvaro Santos Pereira, alertou, na apresentação do Boletim Económico de dezembro, para as pressões crescentes sobre a despesa pública. Destacou que será mais difícil manter excedentes orçamentais nos próximos anos. A exposição ocorreu nesta sexta-feira, sem data específica indicada.
No relatório, o banco central aponta que as exportações portuguesas mostram reversão de crescimento, com menor dinamismo no mercado europeu. O governador sublinhou a necessidade de monitorizar este revés e ajustar políticas para sustentar a competitividade.
A habitação é outra preocupação central. Santos Pereira referiu três prioridades: mais oferta, oferta e oferta. Criticou atrasos nos licenciamentos municipais e pediu a publicação do tempo médio de aprovação de projetos para acelerar o processo.
Segundo o boletim, a inflação deverá recuar para 2,2% em 2025 e 2,1% em 2026, com estabilização a 2% nos anos seguintes, alinhada às perspetivas da zona euro. O cenário base assume medidas já aprovadas e alterações ao PRR.
As contas públicas aparecem projetadas com saldo equilibrado em 2025. Nos anos seguintes prevêem-se défices de 0,4% em 2026, 0,9% em 2027 e 1% em 2028, refletindo medidas de política e alterações no cenário macroeconómico.
A melhoria das projeções deve-se também ao impacto de alterações nas hipóteses relativas aos empréstimos do PRR e à revisão do cenário de receita fiscal. O documento baseia-se em medidas com elevada probabilidade de aprovação pelo Governo e Parlamento.
O governador enfatizou ainda a defesa da flexissegurança no âmbito do banco de horas. A medida, que já foi introduzida, é apresentada como forma de responder a picos de atividade, mantendo proteção aos trabalhadores.
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