- O estudo aponta pico de extinção de glaciares entre dois mil e quatro mil por ano, conforme o aquecimento global.
- Sob políticas climáticas atuais, os Alpes europeus podem perder cerca de 106 glaciares por ano em 2033, restando apenas cerca de 110 até 2100.
- Existem mais de 200 mil glaciares no mundo; até 2100 poderão restar cerca de 40 mil, dependendo do cenário climático.
- Em cenários de 1,5 °C, quase metade dos glaciares pode sobreviver até 2100; com 2,7 °C, quedas de 97% na Europa Central e, com 4 °C, quase todos desaparecem na região.
- A perda afeta também aspetos sociais, culturais e económicos, com rituais de “funerais de glaciares” e potencial impacto turístico; políticas climáticas ambiciosas podem alterar o destino dos glaciares.
O pico de extinção de glaciares está previsto para ocorrer entre meados deste século, com perdas que podem ir de dois a quatro mil glaciares por ano, dependendo do aquecimento global. O estudo utiliza três modelos globais para quantificar as perdas.
Segundo a investigação publicada na Nature Climate Change, os Alpes Europeus atingém velocidade de extinção em 2033, estimando a perda de cerca de 106 glaciares por ano. Em 2100, restariam apenas cerca de 110 na região, sob políticas atuais.
Existe uma diferença significativa conforme o nível de aquecimento mundial. Com 2,7°C, a Europa Central pode registar uma queda de 97% dos glaciares até 2100; a 1,5°C, quase metade permanece; a 4°C, quase todos desaparecem na região.
O relatório destaca que há impactos sociais, culturais e econômicos associados ao desaparecimento, incluindo a perda de recursos hídricos e o potencial turístico, bem como rituais simbólicos de funerais de glaciares.
Em termos globais, existem mais de 200 mil glaciares hoje, com uma perda anual entre 750 e 800. Os autores defendem políticas climáticas ambiciosas para reduzir o ritmo de extinção.
Regiões com glaciares menores e resposta rápida, como os Alpes e o Cáucaso, devem sofrer o pico de extinção mais cedo, com impacto superior nas próximas duas décadas. A Gronelândia deverá ver o pico por volta de 2063, com continuação da fusão para além de 2100.
O estudo sublinha que limitar o aquecimento a 1,5°C pode quase duplicar o número de glaciares sobreviventes até 2100, em comparação com 2,7°C, e evitar perdas catastróficas a 4°C. As diferenças regionais refletem o tamanho médio dos glaciares e o clima local.
Afastando-se da massa física, os investigadores enfatizam que as glaciares são parte de ecossistemas, água potável e património cultural. Entre comunidades, já são realizados funerais simbólicos de glaciares para assinalar o fenómeno.
As conclusões apontam que a ação climática pode fazer diferença substancial na preservação de glaciares, reforçando a necessidade de políticas governamentais mais ambiciosas. Fonte: Lusa.
Entre na conversa da comunidade