•A Quercus afirma que mais de dois terços do eucaliptal ardido no continente não fica refletido nas estatísticas por classificações incorretas, pedindo correção urgente, licenciamento obrigatório e georreferenciamento das plantações.
•A associação sustenta que as cartas COS e COSc têm desfasamentos: a carta de uso e ocupação do solo é quinquenal e as ortofotomapas de 2018 não acompanham a realidade.
•Exemplos citados: incêndio de Arouca de 2024, com 6.500 hectares queimados, sendo 80% eucaliptal, mas a informação oficial classifica 62% como fogo de mato; e Pedrógão, onde dados oficiais indicam 80% de “mato” num território com grande parte de eucaliptos jovens.
•A Quercus diz que povoamentos de eucalipto são registados como “mato” em várias fases do ciclo, mascarando a verdadeira extensão e o risco associado.
•A associação lembra que, segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, este ano foi o quarto com maior área ardida desde 1996 (254.296 hectares), e que as deficiências das cartas comprometem a leitura da realidade florestal e a segurança pública.
O movimento ambientalista Quercus acusa o governo de esconder parte relevante da situação do eucaliptal ardido, alegando que mais de dois terços das áreas afetadas não são refletidas nas estatísticas oficiais por classificações incorretas. A crítica centra-se na Carta de Uso e Ocupação do Solo (COS) e na Carta de Ocupação do Solo Conjuntural (COSc). O alerta foi tornado público este domingo.
Segundo a Quercus, as informações oficiais distorcem a realidade florestal em Portugal, comprometendo a avaliação de risco e as políticas públicas. A associação defende retificações urgentes na análise, com dados mais próximos do tempo real e maior transparência na ocupação do solo.
A organização aponta que as cartas são elaboradas pela DGT com imagens de satélite do programa Copernicus, disse que a COS é quinquenal e a COSc é anual, o que gera desfasamentos. Além disso, a COSc classifica áreas de eucaliptal jovem como mato, mascarando a extensão real da cultura florestal.
Questões em torno de dados oficiais
A Quercus cita casos de incêndios para sustentar as suas críticas, incluindo Arouca (2024), onde 6.500 hectares arderam, sendo 80% eucaliptos, mas 62% da área aparece como fogo de mato nos registos oficiais. Em Pedrógão, o EFFIS indica 80% de mato, numa área com 90% de eucaliptos jovens ou regenerações.
A associação sustenta que plantações de eucalipto e outras espécies de rápido crescimento devam ficar sujeitas a licenciamento obrigatório e georreferenciação em plataforma estatal. Assim, defende monitorização mais transparente da ocupação do solo e da evolução do risco de incêndio.
Conclui que a classificação atual de ocupação do solo oculta a realidade do eucaliptal, alimentando uma narrativa estatística que não reflete o território. A Quercus afirma que, sem correções, a leitura dos dados oficiais permanece distorcida e com impactos na proteção de pessoas e bens.
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