- Palmeiras talipot gigantescas no Parque do Flamengo e no Jardim Botânico do Rio de Janeiro florescem pela primeira e única vez nas suas vidas, décadas após terem sido introduzidas por Roberto Burle Marx na década de 1960.
- A palmeira pode atingir até 30 metros de altura e produzir cerca de 25 milhões de flores branco-creme numa floração rara.
- Se as flores forem polinizadas, podem gerar frutos e mudas para plantação futura.
- O fenómeno, divulgado pela Associated Press, atrai curiosidade de visitantes e fotógrafos que param para observar.
- A espécie é originária do sul da Índia e do Sri Lanka; chegou ao Brasil com o mesmo metabolismo e ritmo de luz, o que sustenta o interesse público e a reflexão sobre a temporalidade.
As palmeiras talipot gigantescas crescem no Rio de Janeiro, florescendo pela primeira e única vez nas suas vidas, décadas após terem sido introduzidas por Roberto Burle Marx na década de 1960. O fenómeno foi divulgado pela Associated Press e já atrai curiosidade de moradores e visitantes.
As árvores, que podem chegar aos 30 metros, revelam uma pluma central repleta de milhões de flores branco-creme quando entram em flor. A floração ocorre num ciclo de décadas, reforçando a ideia de temporalidade associado a cada planta.
Além do Parque do Flamengo, as talipot também florescem no Jardim Botânico do Rio. As palmeiras foram trazidas do sul da Ásia, mantendo o mesmo metabolismo e ritmo de iluminação exigido.
Fenómeno raro no Rio de Janeiro
Aline Saavedra, bióloga da UERJ, explica que a florada depende de polinização para gerar frutos e, eventualmente, mudas. As leis ambientais regem o transporte de espécies entre continentes, mas a talipot não é invasora pelo seu crescimento lento.
O público observa o evento com fascínio, esticando o pescoço para ver as composições de flores acima das folhas em leque. O fenómeno incentiva a reflexão sobre preservação e pertença ambiental entre os visitantes.
Vinicius Vanni, engenheiro, chegou a considerar recolher mudas. A expectativa é de que as flores possam deixar sementes, contribuindo para futuras gerações da espécie. O caso reaviva debates sobre conservação e curiosidade científica.
O retorno de quem cuida do espaço público reforça a ideia de continuidade entre passado e presente. Burle Marx, figura central no paisagismo brasileiro, pretendia transmitir uma visão poética sobre a natureza e o tempo.