- Cientistas da Universidade de Tóquio afirmam ter detetado sinais diretos da Matéria Escura, através de um brilho misterioso no centro da Via Láctea, captado pelo telescópio espacial Fermi de raios gama, associado a Partículas Massivas de Interação Fraca (WIMPs).
- O brilho não é explicado por matéria normal e pode indicar interações de Matéria Escura com núcleos atómicos, segundo os autores.
- A Matéria Escura representa cerca de oitenta e cinco por cento da massa do Universo, e a confirmação seria um dos maiores avanços em Física e Cosmologia.
- A validação permanece crucial: equipas independentes vão analisar os dados e procurar sinais semelhantes noutros locais, incluindo galáxias anãs ricas em matéria escura.
- Enquanto não houver confirmação, a comunidade científica mantém cautela e aguarda novos dados para associar o brilho à matéria escura.
A comunidade científica acompanha com cautela resultados vindos da Universidade de Tóquio, que alegam ter detetado sinais diretos da Matéria Escura a partir de um brilho misterioso observado no centro da Via Láctea. O estudo utiliza registos do telescópio espacial Fermi, dedicado à observação de raios gamma, para identificar interações potenciais entre partículas de Matéria Escura, designadas WIMPs, e núcleos de átomos comuns. A confirmação depende de validação independente.
Segundo os autores, a deteção representa uma possível primeira evidência direta da Matéria Escura, que representa cerca de 85% da massa do Universo, conforme a teoria desenvolvida por Fritz Zwicky. A natureza invisível da matéria faz com que os sinais sejam difíceis de distinguir de fenómenos astrofísicos conhecidos, o que explica a apresentação cautelosa dos resultados pela equipa japonesa.
Brilho galáctico abre nova via de observação
Um estudo conjunto, ainda não confirmado, aponta que a Matéria Escura pode não ser totalmente invisível. O brilho galáctico, não explicado por matéria normal — como pulsares ou supernovas — poderia derivar da desintegração ou colisão de partículas de Matéria Escura. Caso confirme, este fenómeno criaria uma via alternativa de observação com sinais de raios gamma associados a processos da Matéria Escura.
Equipes independentes deverão reanalisar os dados e procurar assinaturas semelhantes em outras regiões, incluindo galáxias anãs ricas em matéria escura. A validação por múltiplos grupos é considerada crucial para estabelecer a origem dos raios gamma detectados. Mantêm-se as expectativas de futuros dados que possam esclarecer este tema central da cosmologia.