- No dia 2 de dezembro, no MAAT Central, em Lisboa, realizou-se a quarta e penúltima conversa do ciclo que celebra os 20 anos da Fundação EDP.
- O tema foi o pensamento, o corpo e a inteligência artificial, com as contribuições de José Manuel dos Santos, António Guerreiro e Graça Castanheira, e moderação de Carla Jorge de Carvalho, jornalista do Observador.
- A conversa destacou a revista ELECTRA, editada pela Fundação EDP, que privilegia a reflexão cultural, social e política da atualidade.
- José Manuel dos Santos, administrador da Fundação EDP e diretor da ELECTRA, defendeu que pensar implica escolher temas e autores de forma criativa e distinta do discurso jornalístico ou universitário.
- Graça Castanheira ressaltou que o pensamento nasce do corpo e pode exigir ação, enquanto se discute o papel da inteligência artificial no tempo presente e a necessidade de participação cívica e pedagógica.
No dia 2 de dezembro, o MAAT, em Lisboa, recebeu a quarta e penúltima conversa do ciclo que celebra os 20 anos da Fundação EDP. O tema incidiu sobre pensamento, corpo e inteligência artificial no tempo presente. O evento reuniu convidados e apresentou a revista ELECTRA como revista de pensamento.
A conversa contou com José Manuel dos Santos, administrador da Fundação EDP e diretor da ELECTRA, António Guerreiro, ensaísta e jornalista, e Graça Castanheira, realizadora de cinema e colunista. O objetivo foi explorar como pensar num mundo em rápida mudança.
A ELECTRA, publicada pela Fundação EDP, é apresentada como espaço de crítica e reflexão cultural, social e política. O debate questionou o papel do pensamento na atualidade e o lugar do corpo nesse processo, entre outras leituras.
Pensar, escolher e tempo
José Manuel dos Santos defendeu que pensar é ter ideias, mas a ELECTRA procura captar o pensamento mais relevante para o tempo atual. A escolha de temas e autores é central para criar exceções à repetição rápida do tempo.
António Guerreiro acrescentou que a revista se situa entre o discurso jornalístico e o universitário, ocupando um espaço próprio dedicado ao pensamento. A ideia é agir como sismógrafo da época que vivemos.
Graça Castanheira afirmou que o corpo contribui para o pensamento, com neurónios no intestino e no coração. O corpo informa o pensamento e também precisa de agir para que haja produção de ideias.
Corpo, tempo e modernidade
O grupo discutiu como as mudanças globais alteram a forma de pensar. A velocidade reduz o tempo para conteúdos que exigem leitura atenta, mas o pensamento continua essencial para evitar o lugar-comum.
António Guerreiro enfatizou a importância de evitar o sensacionalismo e a desinformação, defendendo uma reflexão que questione ideias estabelecidas. O diálogo manteve o foco na qualidade do pensamento.
Inteligência artificial no horizonte
Sobre a IA, dos Santos questionou como a tecnologia pode interessar o pensamento, sinalizando grandes surpresas pela frente. A ideia é compreender a IA sem reduzir o pensamento humano.
Graça Castanheira alertou para não subestimar a IA, defendendo participação ativa na tecnologia, na legislação e na formação. O objetivo é trabalhar por dentro, com conhecimento e responsabilidade.
O debate terminou com a esperança de manter tempo para pensar, falar e questionar, mesmo num mundo acelerado. O objetivo é preservar o pensamento crítico na história coletiva.