- Alexandre Frade criou a Talha de Frades em 2015 para promover o vinho de talha como vinho de guarda, com a Adega do Futuro e expansão de propriedades.
- A aposta envolve vinhos de talha com potencial de guarda, incluindo referências como Ermida Santa Clara de 2018 e Castas Antigas de 2019, sustentada por investimentos superiores a 1 milhão de euros.
- A Adega do Futuro, situada junto às vinhas de São Cucufate, visa novas formas de manejo e conservação do vinho; a talha é tratada para engarrafar e guardar sem contacto excessivo com oxigénio.
- O vinho de talha já teve comercialização internacional, nomeadamente no Brasil desde 2015, e o criador diz que pode competir com Borgonha.
- No próximo ano será inaugurado um restaurante dedicado à comida de tacho próximo de O Frade, em Lisboa, com a Talha de Frades a apresentar o seu primeiro vinho centenário.
Alexandre Frade criou em 2015 a Talha de Frades para promover o vinho de talha como vinho de guarda. O objetivo é ligar a tradição alentejana à inovação, com a Adega do Futuro a deixar o caminho aberto para a expansão.
O projeto tem vindo a ganhar tração com o desenvolvimento de vinhas centenárias e sistemas de guarda que potenciem o envelhecimento. Frade afirma que o vinho de talha pode ter vida longa, desafiando a ideia de consumo rápido.
A Talha de Frades prepara-se para uma etapa importante no próximo ano: a inauguração de um restaurante dedicado à comida de tacho, próximo de O Frade, em Lisboa. A abertura destina-se a homenagear a cozinha tradicional.
Ao mesmo tempo, a marca deve apresentar o seu primeiro vinho centenário, reforçando a aposta na guarda e na continuidade do projeto. A ideia é consolidar a reputação do vinho de talha no mercado.
Alexandre Frade, com 70 anos de experiência, associou-se ao saber familiar de gerações ligadas ao vinho de talha. O percurso inclui formação em Viticultura e Enologia no IPCBeja para fundamentar o pensamento técnico.
A Adega do Futuro, inaugurada perto de São Cucufate, oferece novas formas de manejo e de conservação do vinho de talha. O espaço é visto como suporte a futuras peças de arte vínica, como a talha “a última lição”.
Durante a visita, Frade descreve o ritual de engarrafar e guardar o vinho sem contacto com oxigénio, para preservar a fermentação. O conceito enfatiza a relação entre talha, barro e o tempo de repouso.
Entre os vinhos emblemáticos da Talha de Frades estão Ermida Santa Clara 2018 e Castas Antigas 2019, ambos resultados de blend de castas antigas da região. As vinhas envelhecem em solos que preservam o terroir.
A produção inclui referências mais recentes, como a gama Millennial 2022, com tintos em talha limpa e brancos de vinha jovem. O portefólio é gerido com foco na qualidade e na guarda de cada garrafa.
O Frade tem ligação com o restaurante O Frade, aberto em 2019 em Lisboa, onde o filho Sérgio Frade e o sobrinho Carlos Afonso gerem a carta. O espaço recebe pratos como carne de porco à alentejana e arroz de pato.
A aposta na continuidade envolve também a preservação de castas centenárias como Diagalves, Perrum e Manteúdo, assegurando o registro dos genomas para não perder o terroir. A prática sustenta a identidade da marca.
No início do próximo ano, o restaurante dedicado à comida de tacho ficará próximo de O Frade. A Talha de Frades pretende revelar o seu primeiro vinho centenário, com lançamento planeado para o mercado.
Para Alexandre Frade, a missão permanece clara: provar que o vinho de talha é um vinho de guarda de qualidade. O objetivo é demonstrar valor e contribuir para a afirmação da região no universo vínico global.