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Licor de Carcavelos: doce, salgado e seco, surge numa micro-região

Carcavelos, DO fortificado com apenas 31 hectares, certificou 62 mil litros em 2024, enquanto Cascais e Lisboa preparam lançamentos e expansão

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Alexandre Eurico Lisboa é o coordenador do Projecto da Vinha e do Vinho Villa Oeiras
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  • Carcavelos é uma denominação de origem fortificada desde 1908, com 31 hectares de vinha espalhados por seis localizações, sendo a Quinta de Recreio do Marquês de Pombal, em Oeiras, a mais relevante.
  • Em 2024, a Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa certificou 62 mil litros de Carcavelos DOC, representando 1,2 por cento do total certificado pela região.
  • Oeiras lidera o projeto Villa Oeiras, que tem procurado recuperar a tradição com vinhos tranquilos e um espumante com Indicação Geográfica Protegida Lisboa; destaque para o Carcavelos Superior com 18,8 por cento de graduação e preço de 36 euros.
  • Cascais está a investir no renascimento do Carcavelos, com primeira vindima de tranquilos prevista para 2026 e planeamento de espumante com IG Lisboa; em 2023 foi plantado um vinhedo de 3 hectares na Quinta de Valverde, em Casais.
  • O terroir de Carcavelos combina exposição solar privilegiada com brisa marítima nocturna, solo argilocalcário e influência do vento norte, gerando vinhos de elegância, acidez marcada e salinidade distinta, com licoroso entre dezoito e vinte e um por cento de álcool.

Carcavelos, vinho fortificado da região de Lisboa, mantém-se ativo e reexporta o seu património. Em 2024, a Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa certificou 62 mil litros de DOC Carcavelos, representando 1,2% do total certificada naquela região. Projetos novos apontam para Cascais, com o primeiro lançamento de tranquilos em 2026 e espumante com IG Lisboa. Em Valverde, 3 hectares foram plantados em 2023.

A DO Carcavelos é pequena e histórica, com produção centrada em Oeiras e uma fronteira com Cascais. A adega da Quinta de Recreio do Marquês de Pombal, em Oeiras, responde por cerca de 20 dos 31 hectares atuais. O terroir costeiro confere acidez marcada, salinidade e elegância ao licoroso.

Contexto e terroir

O vento dominante de Norte/Noroeste suaviza as Verões e traz brisa marítima que freia o calor. O solo argilocalcário, com base em rochas antigas, favorece uvas com concentração de água e equilíbrio entre álcool e acidez. A diferença para o Colares reside na influência atlântica noturna na costa sul de Carcavelos.

Produção e estilos

O Carcavelos pode ser feito a partir de vinho branco ou tinto, com teor alcoólico entre 18% e 21% e acidez notável. O envelhecimento, quer oxidativo quer reduzido, confere aromas a frutos secos, açafrão e folha de chá, mantendo a doçura com final seco. A oferta inclui Colheita e vinhos com idade.

Novos impulsos

O projeto Villa Oeiras investe na recuperação da cultura vínica da região, produzindo Carcavelos, bem como vinhos tranquilos e um espumante certificado com IG Lisboa. Em Cascais, o renascimento avança com a primeira vindima em 2021, com lançamentos de tranquilos previstas para 2026.

Perspetivas locais

A autarquia de Oeiras classifica a recuperação do património vínico como prioridade cultural, promovendo provas e educação sobre o Carcavelos. Além de manter a produção atual, surgem iniciativas de Cascais e Valverde, instalando novos hectares para sustentar a DO.

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