- A reitora da Universidade de Évora, Hermínia Vasconcelos Vilar, apresentou a obra de João Carrega e destacou desigualdades estruturais entre litoral e interior que moldam políticas públicas e o desenvolvimento do país.
- A reitora afirmou que a interioridade não se mede pela geografia, defendendo que o território é marcado por descontinuidades que influenciam decisões políticas e investimentos.
- Portugal continua a ser um país a duas velocidades, com litoral mais dinâmico e interior muitas vezes visto como espaço para investimento com o objetivo de desenvolver.
- Universidades e politécnicos instalados no interior são centrais para a coesão territorial, contribuindo para fixação de população, qualificação e dinamização económica.
- As alianças europeias devem ir além da mobilidade académica, sendo pensadas a partir de valores europeus e de um projeto europeu partilhado; houve reconhecimento pelo contributo de João Carrega.
A reitora da Universidade de Évora, Hermínia Vasconcelos Vilar, destacou, na apresentação da obra de João Carrega intitulada Ensino Superior – da interioridade à Europa das Universidades, as persistentes desigualdades entre litoral e interior. Segundo a dirigente, a interioridade transcende a geografia e depende da forma como o país é visto pela sociedade e pelas políticas.
Vilar afirmou que Portugal continua a funcionar como um país a duas velocidades, com o litoral mais dinâmico e o interior a ver o investimento como condição para o seu desenvolvimento. Enfatizou o papel central do ensino superior na coesão territorial e a importância de universidades e politécnicos instalados no interior para fixar população, qualificar profissionais e dinamizar a economia.
Alianças europeias e missão das universidades
A reitora salientou que as alianças europeias não devem limitar-se à mobilidade académica, mas estar alinhadas com valores europeus e com a construção de uma Europa comum. Referiu que os consórcios ganham sentido quando contribuem para um projeto europeu partilhado, além de estruturas administrativas ou de financiamento.
Vilar descreveu o título da obra como particularmente significativo, destacando que a relação entre interioridade e Europa das universidades é uma realidade diária em Évora, entre a vida no território interior e a necessidade de projeção internacional. Afirmou que a localização da instituição não constitui limitação, desde que haja ambição apropriada.
Reconhecimento e perspetivas
Antes de terminar, a reitora agradeceu a João Carrega pelo trabalho enquanto presidente do Conselho Geral da Universidade de Évora e pelo contributo à reflexão sobre o papel das instituições no desenvolvimento do país. Afirmou que o esforço pelo ensino superior é uma tarefa contínua que continuará a orientar a visão institucional.