- O secretário-geral da CGTP acusou o primeiro-ministro de “viver numa bolha” e pediu recuo no pacote laboral.
- O líder do Governo, Luís Montenegro, afirmou no debate quinzenal que a greve geral não faz sentido para os trabalhadores e que a mudança da legislação laboral é apenas “um pretexto”, sugerindo motivações políticas.
- Montenegro disse que não fará greve por estar a ganhar mais ou a pagar menos impostos, e indicou que quer posicionar-se como “trabalhador sindicalizado” para decidir sobre a greve de 11 de dezembro.
- Tiago Oliveira, da CGTP, contrapôs, dizendo que a maioria dos trabalhadores vive com baixos salários e precariedade, defendendo a retirada do pacote laboral.
- A CGTP espera uma “grande greve geral” e apontou situações em Guimarães, onde trabalhadores de Amtrol-Alfa Metalomecânica participaram em plenário para aumentar a pressão.
O secretário-geral da CGTP denunciou que o plano laboral do Governo penaliza os trabalhadores, afirmando que o Primeiro-Ministro vive numa bolha. O comentário ocorreu durante o debate quinzenal no Parlamento e em Guimarães.
Luís Montenegro, na mesma sessão, disse que a greve geral defendida pela UGT e pela CGTP para 11 de dezembro não faz sentido do ponto de vista dos trabalhadores e alegou motivações políticas. A alteração à legislação laboral foi apresentada como pretexto, segundo o líder do governo.
Em Guimarães, Tiago Oliveira destacou que a CGTP não se limita a argumentar por meio de dados, mas aponta para a realidade de salários baixos, precariedade e custo de vida elevado que afetam os trabalhadores. O dirigente considerou que o pacote laboral representa retrocesso.
O debate ocorreu no âmbito da reunião quinzenal entre Governo e forças sindicais, com avanços relatados sobre a retirada do pacote laboral. Oliveira enfatizou a necessidade de uma resposta que não agrave as desigualdades no mercado de trabalho.
Montenegro afirmou que, se houver greve, não se pode assumir que apenas trabalhadores transfiram a responsabilidade para o Governo, questionando as motivações políticas da paralisação. O governo mantém a posição de dialogar com os sindicatos.
A CGTP contestou a leitura de que a greve é apenas política, sustentando que milhões de trabalhadores adeririam pela melhoria de condições de trabalho, salários e redução de custos. O sindicalista ressaltou a gravidade das medidas propostas.
Sobre adesão, Tiago Oliveira indicou que a mobilização pode ser ampla, apontando que o universo de trabalhadores está a enfrentar horários desregulados, salários baixos e instabilidade económica. A CGTP pediu recuo imediato do pacote laboral.
Contexto relacionado
- A tensão entre Governo e sindicatos intensificou-se com a discussão do pacote laboral, que permanece uma prioridade para as negociações em curso.
- A greve geral, anunciada para 11 de dezembro, continua a ser alvo de avaliações entre trabalhadores, entidades sindicais e representantes do Executivo.