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Sem reformas sérias, jovens continuarão a sair do país

Intenção de emigrar entre jovens atinge 73%, com custo anual de 2,1 mil milhões de euros e perdas de até 95 mil milhões em 45 anos

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  • Entre 2024 e 2025, a intenção de emigrar entre jovens de 18 a 24 anos subiu de 64% para 73% segundo o Boston Consulting Group; entre formados, a tendência é ainda mais acentuada.
  • O estudo aponta que 73% dos estudantes do ensino superior consideram emigrar, indicando um agravamento do fenómeno em Portugal.
  • No Ranking de Talento Mundial de 2024 do Instituto Suíço IMD, Portugal fica em 64.º na subcategoria “fuga de cérebros”; a atratividade caiu doze posições desde 2020.
  • Mesmo com salários líquidos mais altos, o país fica abaixo da média europeia em paridade de poder de compra, recebendo apenas 71% do que ganham os jovens na UE.
  • A formação de licenciados custa ao Estado cerca de 100 mil euros por cada graduado; a fuga de talentos implica um custo anual estimado de 2,1 mil milhões de euros, podendo atingir 95 mil milhões em 45 anos.

Entre 2024 e 2025, a intenção de emigrar entre jovens de 18 a 24 anos em Portugal subiu de 64% para 73%, segundo o Boston Consulting Group (BCG). Entre estudantes com formação superior, o índice é ainda maior. A tendência reforça um fenómeno de saída de capital humano que persiste há anos.

O desempenho de Portugal na perceção de talento exige leitura atenta. No Ranking de Talento Mundial 2024 do IMD, analisado pelo Instituto Mais Liberdade, o país aparece na 64ª posição na subcategoria “fuga de cérebros” e sofreu uma queda de 12 lugares desde 2020. Os números indicam fragilidades estruturais na atratividade de Portugal para profissionais qualificados.

Custos e impactos

Segundo a Federação Académica do Porto, 73% dos estudantes do ensino superior consideram emigrar. Cada licenciado custaria ao Estado cerca de 100 mil euros em formação. A fuga de talentos resultaria, estima-se, num custo anual de 2,1 mil milhões de euros, com projeções de 95 mil milhões ao longo de 45 anos, incluídas 61 mil milhões em contribuições líquidas para a Segurança Social.

Contexto económico e políticas

Apesar de aumentos salariais líquidos, os jovens portugueses continuam abaixo da média europeia, recebendo cerca de 71% do poder de compra do que os pares da UE e ocupando a 25ª posição entre os 27 estados. Críticas têm sido dirigidas a políticas como o IRS Jovem e a criação de prémios salariais, consideradas insuficientes para inverter o fluxo de saída.

Perspetivas e apelos

Especialistas destacam a necessidade de reformas estruturais que combinem redução de despesa pública com incentivos reais à permanência de jovens qualificados, para proteger a produtividade e o Estado Social. A avaliação aponta que sem ações coordenadas, Portugal pode perder competitividade e enfrentar maior pressão sobre serviços sociais.

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