- A Will Power Architects encerrou operações após a detenção dos dois diretores e de 19 suspeitos ligados ao incêndio no Wang Fuk Court, em Hong Kong.
- O projeto de renovação está avaliado em 336 milhões de dólares de Hong Kong.
- A consultora partilhava responsabilidades com o empreiteiro principal Prestige Construction and Engineering, a gestora ISS EastPoint e várias subcontratadas, incluindo a Victory Fire Engineering.
- Há novas detenções de profissionais ligados ao fornecimento e à manutenção de sistemas de proteção contra incêndios.
- Especialistas e a deputada Doreen Kong alertam para o risco de proprietários não serem compensados, sobretudo se a empresa estiver insolvente ou com capital reduzido.
A consultora responsável pela renovação de um complexo de habitação pública em Hong Kong onde ocorreu um incêndio anunciou o encerramento, após a detenção dos diretores da empresa. A operação policial envolveu 19 suspeitos, na sequência do fogo que atingiu Wang Fuk Court.
O projeto estava avaliado em 336 milhões de HKD e contava com a Will Power Architects a supervisionar as obras, em parceria com Prestige Construction and Engineering, ISS EastPoint e várias subcontratadas dos sistemas de segurança.
Diversas empresas do setor confirmaram ter recebido notificações de cessação de atividade da Will Power, criada para gerir a renovação de habitação pública. O antigo presidente de uma associação local pediu apoio jurídico aos proprietários para evitar paralisações.
Encerramento e implicações
As autoridades revelaram que sete das 20 amostras de redes de proteção testadas falharam nos requisitos de resistência ao fogo. Também foi indicado que placas de espuma de poliuretano de baixa qualidade aceleraram a propagação de chamas nos andaimes.
Foram efectuadas novas detenções ligadas ao fornecimento e à manutenção de sistemas de proteção contra incêndios, somando-se às anteriores de administradores, consultores e equipas de montagem de andaimes. Todos os casos estão sob investigação por negligência grave e corrupção.
Especialistas do setor alertam que o encerramento pode deixar os proprietários sem vias reais de compensação, devido à proteção legal que isenta pessoas coletivas de responsabilidade civil direta. Mesmo com eventual negligência comprovada, a recuperação de custos contra empresas com capital reduzido é improvável.