- Portugal entrou em fase epidémica de gripe, com tendência de aumento na atividade, casos confirmados e internações, incluindo em unidades de cuidados intensivos (UCI).
- Na semana de 24 a 30 de novembro registou-se aumento da incidência de infeções respiratórias agudas graves, com 10,5 casos por cada 100 mil habitantes nas Unidades Locais de Saúde que reportaram dados.
- Foram atendidos 82 casos graves de infeção respiratória aguda, com 10 internamentos em UCI; a maioria tinha doença crónica subjacente, e três estavam vacinados.
- O subgrupo AH3N2 K já representa cerca de 45% dos casos de AH3N2 identificados; pode crescer, com epidemia a chegar três a quatro semanas antes do habitual.
- O vírus predominante continua o tipo A (AH1N1 e AH3N2), com ligeiro predomínio do AH1N1; SARS-CoV-2 apresenta circulação reduzida e o RSV mostra baixa atividade, podendo aumentar nas próximas semanas.
Portugal entrou em fase epidémica de gripe, com tendência de aumento da atividade, confirma o INSA. Dados da semana 48, que começou a 24 de novembro, indicam aumento de casos confirmados e de hospitalizações, incluindo em UCI.
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) releva que, nas últimas semanas, houve subida de infeções respiratórias graves. Em 24 a 30 de novembro ocorreram 82 internamentos por infeção respiratória aguda em unidades de saúde, com 10 casos em cuidados intensivos.
A gravidade da doença é atribuída à combinação entre vírus em circulação e condições de doentes, com a maioria com comorbidades e recomendação de vacinação contra a gripe sazonal. Nesta semana, a proporção de gripe em UCI subiu para 6,0% (frente a 1,6% na semana anterior).
Os vírus que afetam humanos nesta época são, principalmente, do tipo A, com circulação de AH1N1 e AH3N2. Mantém-se a detecção de ambos subtipos do vírus da gripe A, com ligeiro predomínio do AH1N1, ainda que a co-circulação possa variar nas próximas semanas.
Subgrupo AH3N2 K já representa 45%
Nas últimas semanas, o AH3N2 ganhou relevância pela evolução observada no hemisfério norte e sul. O AH3N2 K já foi detetado em Portugal e representa cerca de 45% dos AH3N2 caracterizados até agora, segundo o INSA.
A investigadora Raquel Guiomar nota que este subgrupo evoluiu com mutações que podem aumentar a transmissão e a infeção, distinguindo-se dos vírus incluídos na vacina 2025-2026. A hipótese é de que o AH3N2 K possa crescer, sobretudo onde a época gripal começou mais cedo.
A epidemia chegou três a quatro semanas antes do habitual, aproximando-se do padrão observado em 2023-24. Ainda não se atingiu a atividade máxima, e a atividade gripal permanece epidémica e em ascensão.
A circulação do SARS-CoV-2 mantém-se reduzida, enquanto o RSV apresenta baixa atividade, com possibilidade de aumento nas próximas semanas. As autoridades pedem continuidade de vigilância e reforço vacinal conforme orientação oficial.