- O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) alertou para o aumento da gripe das aves na Europa, com mais de 1.400 infeções em 26 países desde setembro, quatro vezes acima de 2023.
- Em Portugal, a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) tem vindo a alertar para o risco elevado de disseminação e a necessidade de medidas de segurança.
- Foi detetado um novo foco de gripe das aves em Torres Vedras, no final de novembro, elevando o total de focos nacionais para 39 este ano.
- O ECDC publicou um guia com 14 cenários de risco e ações de saúde pública, incluindo uma ferramenta em Excel para avaliação de cenários com base em gatilhos precoces.
- O documento reforça a abordagem One Health, destacando a cooperação entre serviços veterinários, agricultura e saúde pública, e a importância de vigilância, diagnóstico, comunicação clara e partilha de dados.
Desde o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) chegou hoje um alerta sobre o aumento da gripe das aves na Europa, com surtos entre aves selvagens e explorações avícolas. O organismo publicou um guia com medidas para reforçar vigilância e prontidão. A gripe aviar continua a ser uma ameaça à saúde pública, apesar do baixo risco atual para a população humana.
O ECDC assinala que já foram detetadas mais de 1.400 infeções desde setembro, em pelo menos 26 países. O número representa quatro vezes mais do que no mesmo período do ano anterior e indica o maior nível desde 2016. A organização destaca a importância da deteção precoce e de ações rápidas.
Em Portugal, a situação no terreno também tem acção de monitorização. A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) tem vindo a avisar sobre o elevado risco de disseminação da gripe das aves e apelou à adoção de medidas de segurança por parte de produtores e comunidades locais.
Novo foco em Torres Vedras
No final de novembro foi detetado um novo foco de gripe das aves em Torres Vedras, numa capoeira doméstica com várias espécies. O caso eleva o total nacional de focos este ano para 39. A DGAV confirmou a ocorrência e prossegue com procedimentos de contenção e vigilância.
O guia do ECDC apresenta 14 cenários de risco, com ações de saúde pública escalonadas conforme o evoluir da situação. O objetivo é facilitar respostas rápidas, com base em gatilhos precoces e cooperação entre serviços de saúde, veterinária e meio ambiente.
Abordagem One Health e ferramentas de apoio
O documento reforça a visão One Health, que liga saúde humana, animal e ambiental. Entre as medidas, constam reforço da vigilância, melhoria de testes laboratoriais e disponibilidade de equipamentos de proteção. Também é destacada a comunicação clara com o público.
O guia inclui uma ferramenta em Excel para avaliação de cenários e tomada de decisões, facilitando a adaptação das ações à evolução epidemiológica. A estrutura propõe passos de vigilância, diagnóstico, investigação e gestão de casos, com partilha de dados em tempo real.
Implementação e cooperação internacional
As diretrizes visam harmonizar respostas entre países, promovendo transparência e coerência. O ECDC sublinha que sinais de alerta precoce não devem ser negligenciados e que a cooperação entre autoridades veterinárias, agricultura e saúde pública é essencial para conter a transmissão.
Este conjunto de medidas surge numa fase em que as autoridades de saúde já trabalham para reforçar capacidades laboratoriais, planeamento de contingência e comunicação pública, preparando-se para cenários que possam evoluir. A avaliação continua com base em novas evidências científicas.