- O primeiro-ministro Luís Montenegro disse que a segurança comum da Europa está em causa na busca de uma paz justa para a Ucrânia, com novidades esperadas até ao Conselho Europeu de 18 e 19 de dezembro de 2025.
- Há expetativa de propostas antes do Conselho, como o uso de ativos russos congelados e o possível perdão de dívida a Kiev.
- Montenegro afirmou que Portugal mantém o apoio político, militar e financeiro à Ucrânia desde o início, buscando uma paz duradoura e envolvendo a Ucrânia e a Europa nas respetivas decisões.
- Durante as perguntas, Putin foi classificado como provocação pelo debate; o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, desvalorizou as declarações do presidente russo.
- Questionamentos de deputados sobre financiamento e perdas a peso do perdão de dívida foram recebidos com várias posições dos partidos, com críticas ao papel da UE e à linha de Portugal no Conselho Europeu.
O primeiro-ministro defendeu que a segurança comum da Europa está em causa na construção de uma paz justa e duradoura para a Ucrânia, apontando novidades antes do próximo Conselho Europeu de 18-19 de dezembro de 2025. O debate preparatório já foca o financiamento à Ucrânia e o papel da União Europeia.
Luís Montenegro destacou a posição de Portugal de apoio político, militar e financeiro à Ucrânia desde o início, com o objetivo de alcançar uma solução duradoura. Diz ser necessário envolver tanto a Ucrânia nas decisões que a afetam como a Europa nas que lhe dizem respeito.
O chefe do Governo sublinhou a importância do Conselho Europeu e indicou que podem surgir desenvolvimentos até lá. Comprometeu-se a manter o parlamento informado sobre dados relevantes, com atualização prevista para duas semanas antes do encontro.
Debate e reação e possíveis propostas
Durante a sessão, o deputado do Livre Rui Tavares questionou Putin sobre a preparação de uma guerra contra a Europa, recebendo a observação de que tais declarações servem de provocações. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, já havia desvalorizado esse discurso como pressão política sobre a UE.
O deputado do PS João Torres perguntou sobre o uso de ativos russos congelados como fonte de financiamento para a Ucrânia, um tema ainda controverso devido à oposição belga. Montenegro não respondeu em concreto, reforçando a convergência entre Governo e PS nos temas em agenda.
O deputado do Chega, Ricardo Dias Pinto, criticou a ausência de voz da UE nas negociações mais relevantes, chamando a atenção para contradições entre exigência de coerência europeia e a posição do próprio partido. Montenegro reiterou a defesa da segurança e dos valores portugueses.
A deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, criticou a ação da UE na Ucrânia e questionou se Portugal proporia, no Conselho, o perdão de dívida a Kiev. Montenegro não respondeu a essa pergunta, mantendo o foco na cooperação europeia e na defesa de interesses comuns.