- O ministro da Energia turco pediu proteção da infraestrutura energética no mar Negro, após ataques a três petroleiros russos perto da costa turca.
- A Turquia teme também os gasodutos submarinos Blue Stream e Turk Stream, que transportam gás natural russo, e pediu fluxos de energia ininterruptos na região.
- A Ucrânia informou ter atingido dois petroleiros em 28 de novembro e um terceiro na véspera, dirigindo‑se ao porto turco de Sinop.
- O presidente Recep Tayyip Erdogan condenou os ataques, destacando impactos na segurança da navegação, na vida e no meio ambiente na zona económica turca.
- Ancara pretende diversificar fornecedores, mantendo a Rússia como fornecedora confiável; Akkuyu deve iniciar fornecimento de eletricidade no próximo ano, com a BOTAS tendo firmado contrato com a Gazprom.
O ministro da Energia da Turquia apelou na quarta-feira à proteção do abastecimento de petróleo e gás no Mar Negro, após ataques a três petroleiros russos ao largo da costa turca. A Turquia teme nãoSó a ameaça ao transporte marítimo, mas também aos gasodutos submarinos Blue Stream e Turk Stream que ligam a Rússia ao país. O apelo visa manter fluxos energéticos ininterruptos na região, especialmente nas rotas através do Bósforo e dos Dardanelos.
A Ucrânia informou ter atingido dois petroleiros navais em 28 de novembro e um terceiro na véspera, enquanto as operações continuam no mar Negro. O incidente ocorre num contexto de tensões entre a Ucrânia e a Rússia, com a Turquia a observar com cautela a situação e a manter uma posição de proteção à navegação.
Contexto energético e dependência
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, condenou os ataques, destacando os riscos para a segurança da navegação, da vida e do ambiente na zona econômica turca. A Turquia depende do petróleo e gás russos para quase metade das suas necessidades energéticas, o que a coloca sob pressão de diversificar fornecedores sem perder confiabilidade.
Bayraktar, ministro da Energia, afirmou que a Turquia procura um portfólio de fornecimentos equilibrado, evitando depender de um único país. A BOTAS, estatal de petróleo e gás, assinou recentemente um contrato com a Gazprom para fornecimento de gás. O país mantém também envolvimento com a energia nuclear, com a construção da central de Akkuyu pela Rosatom.
Akkuyu e diversificação
O ministro indicou que a operação da central de Akkuyu deve arrancar no próximo ano, com quatro reatores previstos para gerar cerca de 10% da eletricidade turca. O projeto tem enfrentado atrasos ligados a sanções impostas a entidades russas, após a invasão da Ucrânia em 2022. Bayraktar acrescentou que a Turquia pretende facilitar o financiamento do projeto como parte de um papel moderador regional.