- A desinformação em Espanha e Portugal está a convergir, com a Espanha a apresentar uma presença mais sistémica e uma polarização política muito mais intensa.
- Em Espanha, ataques a figuras políticas como Pedro Sánchez são mais frequentes e o peso do X na disseminação é superior ao de Portugal.
- Na imigração, a narrativa espanhola associa-a a crimes violentos e ameaças à segurança, enquanto em Portugal a ideia central é sobre prejuízos injustos e pressão nos serviços públicos.
- A desinformação espanhola também apresenta mais negacionismo face às adaptações climáticas e a conspirações anti-ciência; em Portugal, destaca-se mais a ideia de má gestão.
- Quanto às plataformas, o X é o principal motor na Espanha, com uso mais centralizado, enquanto em Portugal o X tem uso residual, funcionando como porta de entrada para outras redes.
A desinformação em Portugal e Espanha continua a evoluir, apresentando narrativas cada vez mais semelhantes entre os dois países. Analistas destacam uma convergência ibérica, com Espanha a exibir padrões mais sistémicos e politicamente carregados. O peso da rede X é maior em Espanha do que em Portugal.
Gustavo Cardoso, coordenador do Iberifier, afirma que a convergência de temas marca o panorama ibérico, com internacionalização de conteúdos desinformativos. Em Portugal, os fenómenos tendem a ocorrer de forma menos estável, surgindo em momentos pontuais.
No âmbito político, a desinformação em Espanha é descrita como mais constante e agressiva, incluindo ataques a figuras públicas como o primeiro-ministro Pedro Sánchez. Em Portugal, os episódios são mais episódicos, com foco em críticas à gestão pública.
A imigração é outro eixo com perceções diferentes: em Espanha associa-se a crimes violentos e ameaças à segurança, enquanto em Portugal o foco recai sobre prejuízos para serviços públicos. A desinformação climática é mais intensa em Espanha, incluindo conceções negacionistas.
A influência de plataformas digitais é também desigual. O X apresenta peso significativo em Espanha, funcionado como difusor primário de conteúdos, enquanto em Portugal a presença é mais residual. As narrativas acabam por ganhar tração em outras redes depois.
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