- A participação política das mulheres cresceu ao longo de décadas, mas tem vindo a decair nas eleições mais recentes, com menos mulheres a chegar a lugares de topo na política.
- Em 2024 houve a menor presença de mulheres no Parlamento Europeu desde a criação da instituição, e, a nível nacional, registou-se uma redução da participação feminina.
- Em quase cem concelhos nas autárquicas não havia uma única candidata à presidência, aponta o debate sobre o paradoxo das quotas e o recrutamento interno dos partidos.
- Em Cantanhede, a presidente da Câmara Municipal, Helena Teodósio, destacou que a presença de mulheres nos cargos de topo continua limitada, apesar de avanços locais ao longo de cinquenta anos.
- Em Coimbra, de 19 municípios, apenas três são hoje presididos por mulheres; a primeira mulher eleita presidente de Condeixa-a-Nova, Liliana Pimentel, sublinhou a necessidade de os partidos reverem os seus critérios de escolha.
Participação política das mulheres tem vindo a crescer ao longo de décadas, mas tem vindo a decair nas últimas eleições. O fenómeno inclui a ausência de mulheres em cargos de topo.
Durante a Mesa-Redonda Mulheres e Participação Política, especialistas apontaram para o paradoxo das quotas e criticaram os partidos pelo recrutamento interno. O crux é que sem mudanças na organização interna, a ascensão permanece comprometida.
Rosa Monteiro, responsável do FEMACT-Cities, reforçou a necessidade de reformar os partidos. Em 2024, a representação feminina no Parlamento Europeu atingiu a menor cifra desde a criação da instituição, segundo a comentarista.
A nível nacional, também houve redução no número de mulheres eleitas, com um panorama considerado pouco favorável. Em quase 100 conselhos, não houve nenhuma candidata à presidência.
Observou-se ainda que, apesar de a lei de paridade ter ajudado, persiste o paradoxo das quotas, segundo a discussão da mesa. O tema é visto como ponto de partida para reflexão política.
Para Helena Teodósio, presidente da Câmara de Cantanhede, os números devem ser interpretados e não criticados. Ao longo de 50 anos, mulheres ocuparam funções relevantes, mas a presença em cargos de topo permaneceu limitada.
Entre dados regionais, a participação de autarcas do sexo feminino cresceu de 1,3% em 1979 para 16% em 2025. Nos Açores, registou-se a maior taxa de presidentes femininos, enquanto Beja e Leiria não elegeram nenhuma mulher para o cargo.
Na região de Coimbra, apenas 3 de 19 municípios são liderados por mulheres. Liliana Pimentel, eleita presidentA da Câmara de Condeixa-a-Nova, disse que a liderança feminina não é fácil e que a situação exige reflexão sobre o papel dos partidos.
A líder, que chegou ao cargo por movimento independente, defende que os partidos devem analisar os critérios de seleção. Questiona quantas mulheres são presidentes de federações distritais partidárias, observando a ausência nesses órgãos.
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