- A UNESCO revela que a liberdade de expressão caiu 10% entre 2012 e 2024, destacando pressão política, uso de IA gerativa e aumento da desinformação, no quadro do estudo “Tendências munidas do jornalismo: configuração num mundo de paz 2022/2025”.
- O relatório aponta maior autocensura, enfraquecimento de instituições, queda da confiança pública e polarização crescente no ecossistema mediático.
- Entre 2022 e 2025 morreram cento e oitenta e cinco jornalistas, um aumento de 67% face aos quatro anos anteriores; em 2025 morreram noventa e um, com quarenta e um por cento em ataques deliberados e elevada impunidade (até 2024, oitenta e cinco por cento dos autores sem condenação).
- A autocensura entre jornalistas cresceu 63% entre 2012 e 2024; a vigilância digital e leis restritivas aumentaram 48%, dificultando o jornalismo independente.
- A UNESCO realça que, apesar do maior acesso global à Internet, a democracia global recuou, sendo pela primeira vez nas últimas duas décadas que regimes autocráticos superam democracias; 72% da população vive sob regras não democráticas.
A UNESCO revelou que a liberdade de expressão mundial caiu 10% entre 2012 e 2024. O organismo associa o retrocesso à pressão sobre jornalistas, uso de IA generativa e aumento da desinformação, num contexto de maior hostilidade aos profissionais.
Entre 2022 e 2025, morreram 185 jornalistas, mais 67% face aos quatro anos anteriores. Em 2025 registaram-se 91 óbitos, 41% em ataques deliberados, com um nível elevado de impunidade até 2024, estimando-se que 85% dos autores não tinham sido condenados.
A autocensura entre profissionais da comunicação cresceu 63% no período 2012-2024, com maior retração em temas controversos. A vigilância digital e leis restritivas aumentaram 48%, dificultando o jornalismo independente e alimentando assédio online e ações judiciais abusivas.
Contexto global
O relatório destaca o incremento do acesso à Internet, ao passo que o índice de democracia global recuou. Pela primeira vez nas últimas duas décadas, regimes autocráticos superam democracias, com 72% da população sob regras não democráticas.
A UNESCO reforça que o ambiente mediático é moldado por pressões políticas, sociais e económicas, que minam a pluralidade e a confiança pública. O estudo chama ainda a atenção para os impactos da desinformação na esfera pública.
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