- A crise na Venezuela elevou preços e reduziu porções de iguarias portuguesas na mesa de Natal; o bacalhau fica entre 50 e 65 dólares por quilograma, e a carne de porco ou vitela around 15 dólares por quilograma.
- O bacalhau continua a ser rei, mas em quantidades menores, equilibrando-se com pratos locais como pernil de porco, doce de papaia e hayaca.
- Maria Castro mantém a produção de broas de mel há três anos, vendendo para portugueses e alguns supermercados, com a procura a começar já em outubro.
- Viagens e presentes sofrem com a crise: voos diretos para Portugal estão caros, o que impacta viagens; reembolsos e preços de voos regionais estão a complicar planos.
- Comerciantes em Caracas relatam maior movimento de clientes a compra para Natal, mas a economia continua ressentida e as vendas são inferiores a outros anos.
Apesar da crise económica na Venezuela, a mesa de Natal dos luso-venezuelanos continua a combinar iguarias portuguesas com pratos locais. O bacalhau mantém-se como elemento central, ainda que em porções reduzidas. O ambiente é de adaptação, com orçamento ajustado às possibilidades familiares.
Tradicionalmente, bacalhau, filhós, broas de mel e carne vinham d’alhos dominavam a mesa. Hoje, a oferta alterna entre os pratos lusos e especialidades venezuelanas como pernil de porco, doce de papaia e hayaca, com as famílias a ajustar quantidades.
A inflação elevou os preços e veio a reduzir o que se compra. O bacalhau situa-se entre 50 e 65 dólares por quilograma, enquanto a carne de porco e a vitela chegam aos 15 dólares por quilo. A mudança força maior equilíbrio entre tradições e economia local.
Contexto económico
Maria Castro tem vindo a produzir broas de mel há três anos para clientes portugueses e supermercados. A procura começa já em outubro, mantendo-se estável, apesar das dificuldades. O objetivo é preservar a tradição sem exceder o orçamento.
Outras histórias de família mostram alterações no modo de celebrar. Algumas pessoas mantêm a conversa à distância graças à tecnologia, mas o reencontro presencial diminuiu, em face das restrições e dos custos de viagem.
Os comerciantes de Caracas confirmam que há mais procura de presentes do que de mesa completa para o Natal, ainda que a economia esteja ressentida. Os preços subidos e o rendimento reduzido moldam o comportamento de consumo.
Várias lojas reportam fluxo maior de clientes a viajar entre regiões, com menos compras de maior valor. A maioria aponta que a vitória da tradição permanece, mas com menos fartura e maior cautela financeira.
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