- Sete em cada dez jovens não conseguem ser financeiramente autónomos, e a maioria ganha abaixo da média nacional.
- 82% dos jovens trabalhadores ganham menos de 1.500 euros mensais, face a uma média nacional de 1.615 euros no terceiro trimestre de 2025, segundo o INE.
- A habitação é apontada como principal obstáculo à emancipação, tornando quase impossível viver sozinho; apenas 7% vivem sozinhos e 82% ainda residem com familiares.
- O estudo “ID Jovem: Juventude em Números”, do Conselho Nacional de Juventude, envolveu 3.025 jovens entre os 15 e os 30 anos e grupos focais, apresentado na Assembleia da República.
- Mesmo para quem trabalha a tempo inteiro, a autonomia financeira nem sempre é alcançada, com mercado de trabalho descrito como instável, com empregos precários e pouca progressão.
Os jovens portugueses enfrentam dificuldades estruturais para a emancipação, aponta o estudo ID Jovem: Juventude em Números, do CNJ. Foram inquiridos 3.025 jovens entre 15 e 30 anos e realizado trabalho de grupos focais. O foco incluiu a capacidade de viver de forma autónoma.
Sete em cada 10 jovens dizem não conseguir ser financeiramente autónomos, com grande parte a auferir salários abaixo da média nacional. O INE aponta uma remuneração média de 1.615 euros no terceiro trimestre de 2025, enquanto 82% dos trabalhadores ganham menos de 1.500 euros.
Principais entraves à emancipação
A habitação surge como obstáculo central, dificultando viver sozinho mesmo entre quem trabalha a tempo inteiro. Apenas 7% dos jovens vivem sozinhos; 82% continuam a viver com familiares e muitos partilham casa com amigos ou parceiros. O custo de casa é apontado como limitador decisivo.
Além da habitação, o mercado de trabalho é descrito como instável e competitivo, com estágios prolongados, precariedade salarial e pouca progressão profissional. Mesmo entre quem trabalha a tempo inteiro, a autonomia financeira está longe de ser garantida.
Formação, saúde e qualidade de vida
Os jovens questionam a eficácia do sistema educativo na transição para a vida adulta, destacando uma formação excessivamente teórica e pouca ligação ao mercado. Na saúde, a preocupação com a saúde mental é elevada: 49% indicam bons níveis de bem-estar mental, frente a 71% que valorizam a saúde física.
No plano da qualidade de vida, muitos ponderam emigrar em busca de melhores oportunidades. Desporto é praticado por 59% dos inquiridos, mas com acesso dificultado. A participação cultural é baixa, com apenas 34% envolvidos mensalmente. A hiperconectividade também suscitou preocupação, com sinais de dependência digital e receio sobre IA.
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