- O Banco de Portugal publicou o Boletim sobre Riscos Climáticos, destacando o risco de incêndio e um estudo sobre os grandes incêndios de Pedrógão, em 2017.
- Até dezembro de 2024, a conformidade maioritária/plena atinge cerca de 40% das situações, com total desconformidade reduzida a cerca de 20%.
- A exposição a incêndios rurais é muito limitada: 0,2–0,4% do crédito a empresas/particulares; 1,8–3% no agregado com extensão; e 83,1 mil milhões de euros em habitação com colaterais imobiliários.
- No caso de crédito a particulares, 1.182.348 operações de crédito habitação com colaterais imobiliários em Portugal Continental totalizam 83,1 mil milhões de euros, cerca de 80% do crédito total à habitação; a exposição a perigosidade alta/muito alta é muito reduzida (0,2% a 0,4%).
- Sobre os incêndios de 2017, o relatório aponta 560 mil hectares ardidos, 114 mortes e danos estimados em 1,5 mil milhões de euros; houve aumento de taxas de juro de empréstimos hipotecários nas áreas afetadas.
O Banco de Portugal publicou o Boletim sobre Riscos Climáticos, com foco no risco de incêndio em Portugal e no estudo sobre as consequências financeiras dos grandes incêndios de Pedrógão, em 2017. O relatório analisa o impacto em empresas e famílias.
A instituição destaca que, até dezembro de 2024, a conformidade maioritária em práticas de risco climático atingiu cerca de 40% das situações avaliadas, face a 5% no final de 2023. As situações de total desconformidade reduziram-se para 20%.
Além disso, a exposição a incêndios rurais é limitada, fixada entre 0,2% e 0,4% do crédito a empresas e a particulares. Com a extensão da informação a zonas adjacentes, o peso sobe para 0,4% para o conjunto de crédito a empresas.
O relatório aponta ainda para a dimensão do crédito à habitação com colaterais imobiliários: 83,1 mil milhões de euros, equivalentes a cerca de 80% do total do crédito à habitação. Em termos de risco de incêndio rural, a exposição é reduzida, com 1% a 3% do total de empréstimos hipotecários.
Incêndios de Pedrógão (2017)
O estudo de Pedrógão analisa os efeitos financeiros do evento de 2017, que somou cerca de 1,5 mil milhões de euros em danos, 0,8% do PIB desse ano, e 114 vítimas mortais. O documento aponta que o episódio influenciou o aumento de desemprego e de taxas de juro em habitação.
Investigadores do Banco de Portugal concluíram que as empresas dos setores agrícola, pecuário e florestal sofreram redução de ativos (-9%) e de emprego (-7%). O relatório também indica que, após 2017, as taxas de juro de empréstimos hipotecários aumentaram em áreas afetadas, entre 2017 e 2019, face a áreas não afetadas.
Perspetivas de supervisão
O relatório aponta que a maioria das instituições tem feito progressos para endereçar expectativas de supervisão de riscos climáticos. Contudo, em muitos casos, as medidas existentes continuam aquém de um alinhamento completo dentro dos prazos estipulados.
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