- A revista The Economist descreveu Portugal como “doce como um pastel de nata”, atribuindo o bom desempenho económico ao crescimento do PIB acima da média europeia, inflação controlada e valorização do mercado acionista, com turismo e novos residentes estrangeiros de maior poder de compra a impulsionarem a procura de investimento.
- O primeiro-ministro reconhece o desafio de traduzir os bons resultados macroeconómicos em aumentos salariais e melhoria das condições de vida.
- A única distribuidora nacional de imprensa vê-se obrigada a considerar ajustes de rotas em oito distritos do Interior, com subida de custos, queda de vendas e redução de receita que podem comprometer a distribuição de jornais nessas áreas.
- Se confirmado, parte significativa do território ficaria privado de acesso à imprensa diária, com migração para canais televisivos e plataformas digitais, afetando sobretudo populações idosas com menor literacia digital.
- O fenómeno reforça um novo tipo de centralismo — o digital — e agrava desigualdades territoriais no Interior, em contexto de declínio de coesão regional e tentativas falhadas de políticas públicas para inverter esse quadro.
A expressão doce como um pastel de nata foi usada pela revista The Economist para descrever o desempenho económico de Portugal, atribuindo-o ao crescimento do PIB acima da média europeia, à inflação controlada e à valorização do mercado acionista.
Turismo e novos residentes estrangeiros com maior poder de compra impulsionaram a procura de investimento, segundo a análise.
O primeiro-ministro reconhece o desafio de transformar os bons resultados macroeconómicos em aumentos salariais e melhoria das condições de vida.
A situação económica atual contrasta com uma realidade interna cada vez mais desigual, marcada por assimetrias.
Desafios no Interior
A única distribuidora nacional de imprensa admite ajustar rotas em oito distritos do Interior, por aumento de custos, quebra de vendas e redução de receita.
Caso se confirme, parte significativa do território ficaria privado de acesso à imprensa diária, passando a depender de canais televisivos e de plataformas digitais.
A exclusão informativa afeta sobretudo populações idosas com menor literacia digital, agravando o êxodo e o envelhecimento da região.
Perspetivas de política pública
O afastamento das fontes de informação reforça o centralismo digital e o sentimento de abandono longe dos grandes centros urbanos.
Especialistas lembram que, ao longo de nove séculos, Portugal manteve coesão cultural, mas persiste o desafio de apresentar estratégias para o território.
As políticas públicas enfrentam dificuldades em inverter o declínio de parte do país, com consequências para o acesso à informação.
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