- Treze marcas de luxo, entre elas Gucci, Versace, Yves Saint Laurent, Prada e Adidas, são alvo de uma investigação italiana por subcontratação que explorava trabalhadores chineses.
- Autoridades realizaram buscas em oficinas e pediram documentos sobre cadeias de abastecimento; o procurador de Milão solicitou informações rápidas às marcas, que continuam inocentes até prova em contrário.
- O conjunto de marcas envolve grupos como Kering (Gucci, Yves Saint Laurent, Alexander McQueen), Givenchy (grupo LVMH) e Prada/Versace, além de Ferragamo, Pinko, Dolce & Gabbana, Missoni, Off-White, Coccinelle e Adidas.
- Tod’s recebeu prazo de 11 semanas para reforçar os controles da cadeia de abastecimento; um juiz milanês avalia medidas adicionais, incluindo possível proibição de publicidade e nomeação de administradores externos.
- Governo defende as marcas; ativistas apontam que preços baixos forçam subcontratação a níveis inferiores, mantendo denúncia de abusos já identificados em inspeções anteriores.
A justiça italiana ampliou uma investigação sobre subcontratantes na indústria de luxo, envolvendo 13 marcas, entre elas Gucci, Versace, Yves Saint Laurent, Prada e Adidas. Buscas em oficinas e pedidos de documentos da cadeia de abastecimento foram realizados, com trabalhadores chineses expostos a condições graves. A ação ocorre em Itália, no âmbito de um processo já em curso desde o ano passado.
A investigação abrange marcas do grupo Kering (Gucci, Yves Saint Laurent e Alexander McQueen), Givenchy (grupo LVMH), Prada, Versace e outras firmas do setor. Durante as diligências, foram encontradas peças de várias marcas em oficinas que empregavam mão-de-obra chinesa com salários, horários e alojamento questionáveis. Os alvos continuam sob análise.
Ampliação da investigação e demandas de compliance
Paolo Storari, procurador de Milão, pediu às marcas que forneçam rapidamente documentos sobre suas cadeias de abastecimento, como auditorias internas. Nomes como Dior, Tod’s, Valentino Bags Lab, Armani e Loro Piana já enfrentaram disputas legais anteriores ou temporárias administrações judiciais.
Na quarta-feira, Tod’s obteve um prazo de 11 semanas para reforçar os controles da cadeia de fornecimento, após negar irregularidades. Procuradores tentam ainda impor uma suspensão temporária de publicidade e a nomeação de administradores externos, conforme o andamento do caso.
Contexto e reação
As marcas subcontratam produção a fornecedores que, por sua vez, terceirizam para outras entidades, num cenário de margens apertadas e controle insuficiente. Ativistas defendem que o setor impõe preços baixos aos subcontratantes, favorecendo a exploração em níveis inferiores. O governo tem destacado o impacto reputacional sobre o Made in Italy.