- O Bundestag aprovou um plano para atrair recrutas, sem reintroduzir o serviço obrigatório, mas com a possibilidade limitada de conscrição se houver necessidade.
- A aprovação foi de trezentos e vinte e três votos a favor, trezentos e setenta e dois contra, com uma abstenção.
- A partir de 2026 serão enviados questionários obrigatórios aos jovens de dezoito anos, com exame médico obrigatório para os rapazes, para aferir disposição para servir.
- O plano mantém o serviço voluntário com condições mais atrativas, formação melhor e duração mais flexível, em linha com outros países europeus.
- A oposição criticou a medida, com ideias para que os jovens conheçam a objeção de consciência e possível greve contra a reintrodução do serviço militar obrigatório.
O parlamento alemão aprovou um plano para atrair recrutas, mantendo a suspensão do serviço militar obrigatório, mas abrindo a possibilidade de conscrição para um grupo limitado, caso haja necessidade. A votação no Bundestag ocorreu nesta sexta-feira, com 323 votos a favor, 272 contra e uma abstenção.
Desde 2011, quando o serviço foi suspenso, a Alemanha enfrenta dificuldades para atrair voluntários. O Governo tem mostrado interesse em ampliar efetivo e reservas, acompanhando políticas de outros países europeus.
Planos e condições
O projeto aprovado prevê salários e condições mais atractivas para quem se alistar por períodos curtos, melhor formação e maior flexibilidade na duração do serviço, a partir de um mínimo de seis meses.
Cronologia e mecanismos
A partir de 2026 serão enviados questionários obrigatórios aos jovens de 18 anos para avaliar disposição e capacidade de servir, com os homens obrigados a responder. Exames médicos também serão exigidos dos jovens do sexo masculino.
Reações e contexto político
A oposição criticou o plano, com a deputada Desiree Becker a exigir greve contra a possível reintrodução da conscrição e a destacar a objeção de consciência. A Alemanha tem, desde 2011, mantido o debate sobre reforçar as forças armadas.
Contexto europeu
Após a invasão da Ucrânia, países europeus intensificaram esforços de reforço militar. França já anunciou formação de voluntários de 18 e 19 anos, e Bélgica e Polónia estudam medidas semelhantes, sinalizando uma tendência de recrutamento mais ativo.
Dados históricos
Nos últimos anos, o efetivo alemão situou-se pouco acima de 180 mil, frente a 300 mil registados em 2001. O Governo estima alcançar 260 mil militares na próxima década, com cerca de 200 mil reservistas, o dobro do contingente atual.