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Orca ibérica descrita pela primeira vez com dialeto acústico

Primeira descrição formal de sons da orca-ibérica revela quatro classes vocais; ruído humano persiste no estreito, defendido observatório acústico permanente

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Observador
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  • Estudo apresenta pela primeira vez a descrição formal de alguns sons do repertório vocal da orca-ibérica, com quatro classes de sons identificadas, e usa uma boia acústica de banda larga para captar vocalizações de baleias-comum a 40 Hz.
  • A orca-ibérica vive no estreito de Gibraltar, é uma população extremamente vulnerável (apenas 37 indivíduos) e tem interações com veleiros na região.
  • O trabalho, liderado por Javier Almunia da Universidade de La Laguna, em colaboração com a Fundação Loro Parque e o CIRCE, baseia-se em dados recolhidos em Gibraltar e já foi publicado numa revista científica.
  • Observações indicam ruído humano persistente no estreito, principalmente devido a embarcações e ecobatímetros, o que dificulta a comunicação dos cetáceos; defesa de um observatório permanente de monitorização acústica no estreito.
  • O estudo reforça a necessidade de monitorização acústica contínua para compreender a comunicação, alimentação e conservação da orca-ibérica, destacando a importância de combinar dados de instituições zoológicas com observação na natureza.

A investigação liderada por Javier Almunia, da Universidade de La Laguna, descreveu pela primeira vez alguns sons do repertório vocal da orca-ibérica. O estudo, desenvolvido em colaboração com a Fundação Loro Parque e o CIRCE, foca-se numa população criticamente ameaçada.

As vozes da orca-ibérica foram mapeadas com uma boia acústica de banda larga. Em maio de 2025, perto de Barbate, Portugal, o equipamento captou quatro classes distintas de sons. Foram também registadas vocalizações de baleias-comum a 40 Hz.

A pesquisa baseia-se em dados recolhidos ao longo de mais de duas décadas, numa área gerida pela CIRCE, a única organização autorizada a investigar estas orcas em Gibraltar. Este conjunto de dados é dos mais completos da região.

Foram ainda obtidos cliques de cachalotes e assobios de golfinhos, revelando a biodiversidade da região do estreito de Gibraltar. O ruído humano, dominante devido ao tráfego marítimo, persiste na área e interfere na comunicação.

O estudo sublinha o valor da monitorização acústica passiva de última geração. Estas ferramentas permitem observar comunicação e alimentação sem invasão, em ambientes de tráfego intenso e ruído subaquático.

Renaud de Stephanis, coautor e diretor do CIRCE, defende a criação de um observatório permanente de monitorização acústica no estreito. O objetivo é acompanhar a comunicação e conservação da orca-ibérica, entre outras espécies.

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