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Comprar jornais em Marvão é miragem para os moradores do concelho

Marvão já não vende jornais diários há três a quatro anos, ampliando o isolamento informativo entre a população idosa e o interior

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  • Em Marvão, não há jornais diários disponíveis há pelo menos três anos, com os últimos postos de venda já fechados há três a quatro anos.
  • A mercearia de Catarina Bucho Machado vende apenas alguns exemplares do semanário Alto Alentejo para clientes fiéis, enquanto o Café O Castelo não tem nenhum jornal à venda.
  • Os habitantes recorrem à Internet para acompanhar notícias, sobretudo os mais jovens, mas há quem ressalve o impacto da ausência de jornais no dia a dia, especialmente para a população idosa com acesso limitado à internet.
  • A Câmara Municipal pretende disponibilizar jornais diários e revistas em espaços municipais já em 2026, como na piscina e na Casa da Cultura, e a Biblioteca Itinerante passará a distribuir jornais em formato digital.
  • A empresa de logística Vasp anunciou, a 4 de dezembro, que está a avaliar ajustamentos na distribuição diária de jornais nos distritos de Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Viseu, Vila Real e Bragança.

A distribuição de jornais no interior enfrenta dificuldades, e Marvão já não oferece publicações diárias há pelo menos três anos. Os últimos postos de venda fecharam há três a quatro anos, deixando a vila sem acesso aos diários. Relata à Lusa Catarina Bucho Machado, proprietária da mercearia local.

A situação, ao que tudo indica, pode não ficar por Marvão. A empresa de logística Vasp admite que a distribuição diária vá terminar noutros distritos, o que torna o problema uma realidade nacional para uma franja do interior. Em Marvão, a manchete é a falta de jornais.

Na Mercearia de Marvão ainda se vendem alguns exemplares do semanário Alto Alentejo, destinados a clientes fiéis. No Café O Castelo, em frente à câmara, não há qualquer jornal disponível, pois há dezenas de quilómetros até Castelo de Vide, o local mais próximo onde se vendem publicações.

A funcionária Ana Margarida Batista explica que, noutras alturas, havia lojas em Santo António das Areias e Portagem, mas hoje já não existem. Enquanto isso, os jogos sociais aparecem como alternativa de lazer e de renda, com lojas a vendê-los no concelho.

Dionísio Batista Gomes, morador há 48 anos, associa a ausência de jornais à diminuição da população, que ronda as 100 pessoas na vila e 3.000 no concelho. Ainda assim, reconhece que o hábito de ler online prevalece entre quem tem ligação à internet.

Gonçalo Lobo, cliente do café, afirma ter perdido o hábito de comprar jornais e diz que utiliza a Internet para se manter informado. Mesmo assim, admite que a falta de publicações afeta a população, especialmente os idosos sem acesso fácil a telemóveis ou internet.

A proprietária da mercearia, eleita do PS na assembleia municipal, alerta que a ausência de diários condiciona o dia a dia, sobretudo entre quem tem mais idade. A fraca cobertura de rede em várias áreas do concelho também agrava o isolamento informativo.

Catarina Bucho Machado defende que câmaras, comunidades intermunicipais e juntas pressionem para inverter a situação. O vice-presidente da câmara, Luís Costa (PSD/CDS-PP), indica planos de disponibilizar jornais diários e revistas em espaços municipais já em 2026, como a piscina e a Casa da Cultura.

A Biblioteca Itinerante de Marvão também deverá disponibilizar jornais e revistas, já em formato digital, para alcançar todo o concelho. Em 4 de dezembro, a Vasp informou que avalia ajustamentos na distribuição em vários distritos.

A ausência de jornais diários continua a afetar o quotidiano local, especialmente entre a população mais idosa, que valoriza o papel das publicações para manter-se informada. A solução passa pela parceria entre instituições públicas e privadas.

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