- Ihor Fedirko, presidente da Associação da Indústria de Defesa da Ucrânia, esteve em Lisboa para assinar um memorando com a idD Portugal Defence, promovendo consórcios de projetos prioritários (drones, veículos não tripulados, guerra eletrónica) e maior cooperação europeia.
- A indústria de defesa ucraniana abrange cerca de 280 empresas privadas e pretende aumentar as exportações e a cooperação internacional para sustentar a produção diante do conflito.
- Os Estados Unidos mantêm negociações com a Ucrânia sobre um entendimento provisional, com termos que, na primeira versão, incluíam cedências territoriais; a versão atual é alvo de avaliação europeia, porém sem um acordo claro.
- O valor de produção estimado para 2025 é de 35 mil milhões de dólares, com a Ucrânia a absorver apenas cerca de 40% (objetivo de 55% em 2026), levando a acelerar as exportações.
- O país continua dependente de defesas aéreas de aliados (incluindo mísseis e munições) e aposta na cooperação internacional, em especial na criação de consórcios e em tecnologias de dupla utilização, enquanto investiga um caso de corrupção relacionado com o setor energético.
Ihor Fedirko, diretor-geral da Associação da Indústria de Defesa Ucraniana (UCDI), esteve em Lisboa para assinar um memorando com a idD Portugal Defence. O acordo visa promover consórcios de projetos prioritários, como drones, veículos não tripulados e guerra eletrónica, e ampliar cooperação com a Europa para aumentar produção e exportações.
A UCDI reúne cerca de 280 empresas privadas. Fedirko afirma que, face ao conflito em curso, os produtores ucranianos devem trabalhar com qualquer cenário, promovendo a internationalização e parcerias com a indústria europeia. O objetivo é manter a produção e empregos.
O contexto internacional está marcado pela pressão dos EUA para cederem território ucraniano com base num entendimento proposto. Kiev e aliados europeus já revisaram essa versão, mas permanece sem acordo, num cenário de negociações com as potências ocidentais.
Cooperação europeia e estratégias
O líder da indústria destaca consórcios de projetos prioritários como forma de evitar falhas de absorção de produção – estimada em 35 mil milhões de dólares em 2025, com apenas 40% a ser absorvida. A meta é chegar a 55% em 2026.
A cooperação com parceiros europeus permitiria criar empresas comuns no território de investidores, facilitando a venda, coprodução e negociação de tecnologias, incluindo aplicações civis e militares de dupla utilização.
Produção, arsenal e apoio internacional
Fedirko salienta a necessidade de reforçar defesa aérea, com pedidos de mísseis e sistemas Patriot a depender de decisões políticas. A Ucrânia produz mísseis de cruzeiro, como o Flamingo, mas não balísticos, e continua a depender de apoio externo para enfrentar ataques russos.
O dirigente elogia a ajuda militar portuguesa, bilateral e em iniciativas conjuntas, e reconhece a evolução no setor, que deixou de ser monopólio do Estado graças à participação privada, com destaque para o papel de drones e radares.
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