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Trabalhar é mais do que ter um emprego

Promover inclusão no trabalho aumenta a rentabilidade e reduz a rotatividade, oferecendo dignidade e oportunidades a pessoas em situação de vulnerabilidade

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Imagem de uma beneficiária do programa Incorpora da Fundação ”la Caixa”
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  • Em Portugal, 84% dos empregadores dizem ter dificuldade em encontrar o talento necessário, enquanto muitas pessoas continuam à margem de oportunidades por estigmas sociais.
  • A inclusão no mercado de trabalho pode tornar as empresas mais rentáveis; estudos globais indicam que organizações mais diversas são até 36% mais lucrativas.
  • Ana Luísa Martinho, socióloga do ISCAP-P.Porto e investigadora do CEOS.PP, analisa o potencial da inclusão e o papel de programas como o Incorpora.
  • A vulnerabilidade não é fixa: fatores visíveis e variáveis contextuais combinados influenciam o acesso ao emprego; certas situações, como deficiência, podem exigir apoios específicos.
  • Promover diversidade traz benefícios organizacionais, incluindo melhor desempenho, maior competitividade, redução da rotatividade e ambiente de trabalho mais saudável; o trabalho é também espaço de pertença e dignidade.

A diversidade e a inclusão no mercado de trabalho são temas centrais para o desenvolvimento económico e social em Portugal. Ana Luísa Martinho, socióloga do ISCAP-P.PORTO e investigadora do CEOS.PP, esclarece como estes modelos de gestão geram valor e reduz a vulnerabilidade de quem enfrenta barreiras de acesso.

A entrevista analisa dados que apontam um paradoxo: 84% dos empregadores admitem dificuldades em encontrar o talento pretendido, mesmo assim muitos potenciais trabalhadores ficam fora do circuito profissional devido a estigmas. Martinho explica que a inclusão pode traduzir-se em maior rentabilidade.

Para explorar o tema, a investigadora utiliza o exemplo do programa Incorpora, da Fundação la Caixa, e foca-se em como as redes de suporte e recursos ajudam a mitigar situações de vulnerabilidade no mercado de trabalho.

Grupos com maior dificuldade no acesso ao emprego

A vulnerabilidade decorre de fatores tangíveis e de dimensões intangíveis, como o sexo, a idade ou a identidade. A condição de vulnerabilidade é relacional e depende do contexto, afirma a especialista. Ainda assim, há resistência à inclusão de pessoas com doença mental, historial de consumo ou passado de reclusão.

A história de uma pessoa com deficiência pode mudar conforme as redes de apoio disponíveis. Este exemplo ilustra que a vulnerabilidade não é imutável, mas varia consoante o ambiente e os recursos de cada indivíduo.

Benefícios para as empresas ao promover diversidade

Muitas pessoas em situação de vulnerabilidade desenvolvem competências valorizadas em qualquer setor, como resiliência e criatividade. A experiência de vida pode, de facto, impulsionar a capacidade de adaptação e de inovação dentro das organizações.

Estudos apontam que a diversidade está associada a melhor desempenho, maior competitividade e menor rotatividade. Além disso, emergem benefícios menos tangíveis, como ambientes de trabalho mais positivos e relações mais equilibradas entre trabalhadores e gestão.

Impacto da inclusão na vida das pessoas

O trabalho assume, na sociedade atual, um papel central na construção de identidade, autoestima e participação cívica. Ter um lugar no mercado de trabalho representa pertença, dignidade e oportunidades para uma vida estável.

As políticas de inclusão, quando efetivas, fortalecem sociedades mais criativas, justas e abertas. A participação de múltiplas perspetivas é essencial para responder a desafios complexos num mundo cada vez mais interdependente.

Importância de programas como o Incorpora

As organizações de intermediação laboral, entre elas o Incorpora, são decisivas para ligar oferta e procura. Estas entidades apoiam pessoas com maiores dificuldades de inserção, promovendo autonomia e reduzindo custos de recrutamento para as empresas.

Para assegurar o direito ao trabalho digno, é necessário um ecossistema estruturado de inclusão. Programas de diversidade, equidade e inclusão não são apenas modais de marketing, mas instrumentos de melhoria de organismos e da sociedade.

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