- O pinguim-africano, classificado como criticamente em perigo pela IUCN desde 2024, tem menos de 10 mil casais reprodutores no mundo.
- Um estudo conjunto entre a Universidade de Exeter e o Departamento de Florestas, Pescas e Ambiente da África do Sul indica a morte de cerca de 62.000 indivíduos reprodutores nos últimos oito anos, com a população total a cair quase 80% nos últimos 30 anos.
- A escassez de alimento tem ligação com stocks de sardinha abaixo de 25% do máximo, resultado de práticas de pesca e de alterações ambientais, levando a grave fome para os pinguins.
- As autoridades avançaram com uma proibição de pesca por dez anos em seis colónias, incluindo na Ilha Robben e na Ilha Dassen, além de ninhos artificiais e criação de novas colónias.
- A pressão do turismo nas colónias também afeta as aves, que podem enfrentar extinção na natureza até 2035 se não houver recuperação.
Os pinguins-africanos, já classificados como criticamente ameaçados pela IUCN desde 2024, sofrem com uma queda acentuada do alimento no litoral sul-africano. Um estudo conjunto da Universidade de Exeter (Reino Unido) e do Departamento de Florestas, Pescas e Ambiente da África do Sul aponta graves perdas de indivíduos reprodutores nos últimos 8 anos. A população mundial permanece abaixo de 10 mil casais reprodutores.
O estudo identifica uma queda persistente das stocks de sardinha, abaixo de 25% do máximo histórico, a cada um dos últimos oito anos. Segundo o biólogo Richard Sherley, a diminuição do alimento está ligada a práticas de pesca e a alterações ambientais, que afetam a disponibilidade de sardinha para as aves.
Entre 2004 e 2011, duas das maiores colónias próximas à Cidade do Cabo entraram em colapso, contribuindo para a morte de cerca de 62 mil aves. A população total caiu quase 80% nos últimos 30 anos, com projeções que apontam para a possibilidade de extinção na natureza até 2035 se as tendências persistirem.
Como resposta, as autoridades sul-africanas implementaram uma proibição de pesca de 10 anos em torno de seis colónias, incluindo Ilha Robben e Ilha Dassen. A medida visa reduzir a pressão sobre as áreas de alimentação críticas para os pinguins.
Outras ações em curso incluem a instalação de ninhos artificiais e o estabelecimento de novas colónias para apoiar a reprodução. Em paralelo, o turismo, que atrai visitantes às colónias, é monitorado para minimizar impactos negativos que aumentem o stress nas aves.
Medidas e impactos
A proibição de pesca visa recompor os stocks de sardinha nas zonas de alimentação. Não há indicadores de eficácia imediata, mas a longo prazo espera-se melhoria na disponibilidade de alimento para as colônias reprodutoras.
Especialistas ressaltam a necessidade de monitorização contínua das colónias e de estratégias integradas entre conservação, pesca e turismo. O objetivo é reduzir mortes durante a estação reprodutiva e estabilizar a população.
Este caso reforça a relação entre ecossistemas marinhos, atividades humanas e sobrevivência de espécies vulneráveis. Fontes oficiais continuam a acompanhar as mudanças e a divulgar atualizações sobre o estado das populações.