- O gabinete de Netanyahu divulgou um comunicado sobre o telefonema com o presidente Joe Biden, destacando um diálogo firme com a Síria, com foco no desarmamento do Hamas e na expansão de acordos de paz.
- Foi discutida a entrada de ajuda humanitária em Gaza, com a primeira fase do cessar-fogo em vigor desde 10 de outubro, incluindo a reabertura da passagem de Rafah para mais assistência à população.
- Israel mantém a posição de condicionar a entrada de ajuda à devolução dos dois últimos corpos de reféns nas mãos de milícias palestinianas.
- A segunda fase do cessar-fogo deve tratar de temas complexos como desmilitarização do Hamas, reconstrução de Gaza, governança e a linha amarela (retirada de tropas); as negociações seguem em impasse.
- Dados divulgados indicam mais de setenta mil palestinianos mortos e cerca de 171 mil feridos desde o início da ofensiva de 2023; o número de mortos na atual trégua é de 356.
O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, informou sobre o telefonema com o presidente dos EUA, Joe Biden. O comunicado destaca um intercâmbio firme com a Síria, o compromisso com o desarmamento do Hamas e com a desmilitarização da Faixa de Gaza, bem como a possibilidade de ampliar acordos de paz na região. O diálogo ocorreu após o pedido de Biden para um tom claro nas negociações.
Durante a conversa, os dois líderes enfatizaram a importância de avançar na segunda fase do cessar-fogo vigente desde 10 de outubro, que prevê a discussão de temas sensíveis como reconstrução, governança de Gaza e a continuidade da linha amarela. A primeira etapa mantém a passagem de Rafah aberta para a entrada de ajuda, apesar das restrições impostas por Israel. As negociações permanecem em impasse, com divergências sobre as condições de desmilitarização e sobre o retorno de dois reféns ainda detidos.
Dados oficiais apontam um agravamento da crise humanitária em Gaza. Segundo fontes próximas ao governo do Hamas, mais de 70 mil palestinianos morreram desde o início da ofensiva israelita, com cerca de 171 mil feridos. A ONU tem observado condições de habitabilidade extremamente precárias, acentuadas pela chegada de chuvas intensas. Hazem Qassem, porta-voz do Hamas, informou que a maior parte dos camiões que entram na Faixa destina-se a atividades comerciais e transporta materiais não considerados essenciais.
Desenvolvimento diplomático
O gabinete de Netanyahu ressalta que o objetivo é manter a pressão para o desarmamento do Hamas e para a desmilitarização, com foco na estabilidade regional. Não há, porém, confirmação de prazos para a conclusão da segunda fase do cessar-fogo nem de acordos vinculativos com o Hamas. A comunidade internacional continua a monitorizar a evolução das negociações e a resposta humanitária à população.
Situação humanitária e números
Nos últimos meses, aumentaram as dificuldades de acesso a recursos básicos em Gaza, incluindo alimentação, água e abrigo. Autoridades e organizações humanitárias enfatizam a necessidade de corredores de auxílio mais amplos e de garantias de proteção para civis. O balanço de vítimas permanece elevado, reforçando a pressão internacional por soluções políticas duradouras.