- O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, anunciou que nos próximos dias vai enviar uma delegação de empresários à Rússia para preparar o pós-guerra na Ucrânia e o espaço económico pós-sancões.
- A missão concentrar-se-á na cooperação económica e insere-se na intenção de “pensar desde já no mundo pós-guerra e pós-sancões”, afirmou Orban a uma multidão em Kecskemét.
- Orbán disse estar em negociações com os americanos e os russos, sem revelar todos os detalhes, e que, se a guerra terminar sem que a Hungria seja arrastada para ela, poderá haver um espaço económico diferente com a reintegração da Rússia na economia mundial.
- A empresa MOL avalia comprar refinarias e postos de abastecimento na Europa detidos por Lukoil e Gazprom, bem como participações em instalações de produção no Cazaquistão e no Azerbaijão.
- A Hungria permanece dependente de hidrocarbonetos russos, mantendo ligações próximas a Putin e enfrentando críticas da UE, tendo já recorrido ao Tribunal de Justiça da União Europeia contra a proibição de importação de gás russo até ao final de 2027.
A Hungria vai enviar uma delegação de empresários à Rússia nos próximos dias para preparar o pós-guerra na Ucrânia, anunciou o primeiro-ministro Viktor Orbán durante um comício em Kecskemét. A missão foca a cooperação económica e “pensar já no mundo pós-guerra e pós-sancões”, conforme discurso a uma multidão.
Orbán afirmou que negociações com Washington e Moscovo estão em curso, sem revelar todos os pormenores. A meta é antever cenários e, se possível, facilitar a reintegração da Rússia na economia global, caso se descolem as sanções.
Segundo a imprensa local, a MOL, petrolífera de Budapeste, avalia adquirir refinarias e postos de abastecimento na Europa que pertencem a Lukoil e Gazprom, bem como participações em projetos no Cazaquistão e no Azerbaijão. Alvos já teriam sido discutidos com Trump em Washington.
Contexto económico e dependência
Orban tem mantido uma relação próxima com Putin e com Trump, incluindo visitas a Moscovo. A Hungria continua dependente de hidrocarbonetos russos, tendo resistido a diversificar como outros vizinhos da UE. Em novembro, o país recorreu ao TJUE para opor-se a restrições russas ao gás.